Lei sancionada em janeiro muda o nome da região e reconhece sua importância na história da cidade
O novo nome da área central de Porto Alegre, ao mesmo tempo que valoriza seu passado, quer projetar um novo futuro para a região. Desde janeiro deste ano, o Centro passou a ter sobrenome: Centro Histórico. E para que a novidade pegue será lançada a Semana do Centro Histórico, que deve se iniciar em 17 de agosto, Dia Nacional do Patrimônio Histórico. Nos últimos seis meses, o Conselho Municipal do Patrimônio Histórico Cultural (Compahc) preparou uma divulgação especial para anunciar a mudança.
Durante sete dias, extensa programação de atividades culturais deve aproximar a cidade do lugar onde ela nasceu. À beira do Guaíba, entre as estreitas ruas de paralelepípedo, estão cerca de 80% dos prédios tombados de Porto Alegre.
Em uma reunião realizada no dia 8 de julho, a presidente do Compahc - e apaixonada moradora do Centro - , Rita Chang, apresentou o projeto para prováveis apoiadores das iniciativas pública e privada e de entidades comunitárias.
- As pessoas têm de ter vontade de vir ao Centro Histórico, como era antigamente, quando as famílias botavam suas melhores roupas para passear por aqui. Chega desse estereótipo de que Centro é sinônimo de "chinelagem" - desabafou Rita, que já ouviu de uma amiga que "se veste de pobre para ir ao Centro".
Concursos de poema e fotografia, desfile de moda, apresentações teatrais e de dança e liquidação no comércio foram algumas das idéias surgidas no encontro. Os Correios devem ser convidados a colaborar na divulgação do novo endereço.
A preocupação em tornar a novidade um ganho para o turismo levou a diretora da Equipe do Patrimônio Histórico e Cultural, Debora Magalhães, a comprometer-se em executar um trabalho com os taxistas da cidade.
- Quantas vezes pedimos a um taxista para nos levar ao Margs e ouvimos que ele não sabe onde fica? Precisamos instruir esses profissionais - disse.
A proposta do Compahc é incluir a semana no calendário oficial de eventos da cidade e preservar os frutos desse esforço durante o ano inteiro. O pró-reitor de extensão da Uergs, Júlio Bernardes, sugeriu que fossem acrescentadas nas placas de endereço os nomes antigos das vias.
- Assim recupera-se também o patrimônio imaterial da cidade, como a famosa lenda do açougueiro da Rua do Arvoredo, atual Fernando Machado - cita.
O entusiasmo tomou conta do encontro, mas por enquanto tudo está no plano das idéias e na busca de parceiros. Além de todas as novidades propostas, há velhos problemas do Centro Histórico a serem resolvidos, como lembrou o representante do Mercado Público Clovis Althaus Junior, do Café Mercado, e a própria presidente do Compahc:
- A Praça da Matriz, que está no meio dos Três Poderes, está um lixo. Quem sabe não fazemos um mutirão para recuperá-la?
(Texto de: MARCELA DONINI - marcela.donini@zerohora.com.br)
Fonte: Jornal Zero Hora - 11 de julho de 2008 | N° 15659 -
link: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2037002.xml&template=3898.dwt&edition=10245§ion=665

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